domingo, 28 de março de 2010

Poema


Dispersas-te na vida
e enfeitiças-te nos trilhos tortuosos
dos campos púrpura

Esgueiras-te no caminho
desse que faz sentido,
do que faz vibrar
as moléculas da tua existência

Devolves o gosto na madrugada
atribuis a direcção contrária
ao leme da tua vida

Embriagado pelas experiências,
sucumbes ao inegável,
estado superior do ser,
extremo cardeal dos sinais opostos

Confia na impenetrável muralha da certeza
férteis estados da consciência
produzem na mente espiritual,
um êxtase assolado na fantasia,
assombrado na grandeza de nós
e no que aí jaz
partícula infinitesimal do universo
que vive em consonância com a harmonia,
procura insaciável e perseverantemente,
porque da crença surge a ação
e da ação a evolução imanente

Ressuscita o teu devido eu
embala o cerne rejúbilo da tua mente
Alimenta-a com as emoções
e sentimentos que aceitas
Educa-a com o caminho da natureza
Respeitando-a pelo sol, pela lua e pelas estrelas
Semeia-a nos prados ao vento…

Abraça-a com o peso do mundo
e devolve-a na vida
para nela crescer e manifestar-se
nas sóbrias gotas do orvalho dessa madrugada.

Mestre Dogen Zenji (1200-1250)

Um comentário:

Eliege disse...

Viver o aqui e agora porque o existir este é o exato momento em que estamos por inteiro.