domingo, 30 de março de 2008

Me arrependo de coisas que disse



"Me arrependo de coisas que disse, mas jamais do meu silêncio".




Pense em alguém poderoso.

Essa pessoa briga e grita como uma galinha ou olha em calmo silêncio, como um lobo? Lobos não gritam. Eles têm uma aura de força e poder. Observam em silêncio. Somente os poderosos, sejam lobos, homens ou mulheres, respondem a um ataque verbal com o silêncio.

Além disso, quem evita dizer tudo o que tem vontade, raramente se arrepende por magoar alguém com palavras ásperas e impensadas.

O erro não dito é um silencioso correto.

Exatamente por isso, o primeiro e mais óbvio sinal de poder sobre si mesmo é o silêncio em momentos críticos. Se você está em silêncio, olhando para o problema, mostra que está pensando, sem tempo para debates fúteis. Se for uma discussão que já deixou o terreno da razão, quem silencia e continua a trabalhar mostra que já venceu, mesmo quando o outro lado insiste em gritar a sua derrota. Olhe. Sorria. Silencie. Vá em frente.

Lembre-se
de que há momentos de falar e há momentos de silenciar. Escolha qual desses momentos é o correto, mesmo que tenha que se esforçar para isso.

Por alguma razão, provavelmente cultural, somos treinados para a (falsa) idéia de que somos obrigados a responder a todas as perguntas e reagir a todos os ataques. Não é verdade. Você responde somente ao que quer responder e reage somente ao que quer reagir. Você nem mesmo é obrigado a atender seu telefone pessoal. Falar é uma escolha, não uma exigência, por mais que assim o pareça.

Você pode escolher o silêncio.

Além disso, você não terá que se arrepender por coisas ditas em momentos impensados, como defendeu Xenócrates, mais de trezentos anos antes de Cristo, ao afirmar: "me arrependo de coisas que disse, mas jamais de meu silêncio”.

Durante os próximos sete dias, responda com o silêncio, quando for necessário. Use sorrisos, não sorrisos sarcásticos, mas reais. Use principalmente o olhar, use um abraço ou use qualquer outra coisa para não ter que responder em alguns momentos. Você verá que o silêncio pode ser a mais poderosa das respostas. E, no momento certo, a mais compreensiva e real delas.

Aldo Novak.

9 comentários:

Anônimo disse...

Relí e refletí muito sobre esse texto de Aldo Novak. Aprendí, depois de bater muito a cara na parede a importância do silêncio.
E hoje percebo a serenidade que obtenho desde então.
Tomo a liberdade de guardá-lo em meu blog.
Muito obrigado.
Manoel

Ribamar Lopes disse...

Disse coisas a pessoas queridas que até hoje me arrependo. Já utilizei algumas vezes da prática sugerida e de fato ela é eficaz, e nos dá após uma imensa satisfação pelo êxito do esforço.
Como já concluiu um certo conto, que assim como pregos que são retirados de uma tábua, mesmo perdoadas as palavras rudes, ficam ainda marcas gravadas.
Também solicito permissão para postá-lo
Paz meditativa para todos.

ECO-CONSCIÊNCIA disse...

Ribamar,

Claro que pode publicar sim, sem dúvida amigo.

Gassho,
Michel Seikan.

joao Assis disse...

Certa vez ouvi um ditado que me falou fundo á alma:
Falar é prata,ouvir é ouro.
abraços

Ana Pozza disse...

Há momentos em que ficar realmente em silêncio é um desafio... principalmente quando algo dentro quer falar, gritar e se fazer ouvir. Mas.. vale a pena? nestas horas o silêncio é mesmo sábio... Calo-me.

Obrigada por postar este texto!!

Tila Waltz disse...

Olá, preciso desse texto, ele tem que ser lido e relido por mim várias vezes, tomo a liberdade de postá-lo em meu blog, espero que o permita.

Abraços!

Anônimo disse...

Já diz o dito popular: "a palavra é de prata e o silêncio é de ouro"!
Adorei o texto. Levou-me a um tempo em que falei algo pa. uma pessoa amada e nuca esqueci. O arrependimento nunca me deixou esquecer.

Anônimo disse...

No sentido em que é colocado, concordo com a mensagem do texto. Porém, vale lembrar que "paz sem voz não é paz, é medo". Ou seja, em certos momentos é preciso falar, por exemplo: não calar-se diante de injustiças.

Dayse Rodrigues disse...

Na minha opinião, acho que a verdadeira sabedoria, nesse caso é saber distinguir o momento certo de falar e o de calar. Para mim, os dois são igualmente valiosos, mas a nossa tendência, e o que é estimulado socialmente, é o falar. Distinguir, e realmente agir de acordo com esse discernimento, isso sim é difícil... geralmente a gente só consegue distinguir depois do fato ocorrido.

Já que você autorizou a publicação deste texto em outros blogs, tomo a liberdade de publicar no meu também. (posso?)

Obrigada! _/\_