segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Lama Padma Samten explica o que é preciso para meditar

Estresse da rotina pode ser aliviado com a prática da meditação


Saúde física e paz interior podem ser alcançados com a prática da meditação que, segundo budistas, é o caminho para uma melhor qualidade de vida




Estresse, preocupação, ansiedade: esses são sentimentos comuns nos dias atuais, principalmente para aquelas pessoas que trabalham muito, têm filhos para criar, casa para cuidar, contas para pagar. Mas apesar comuns, estes são "sintomas" perigosos, que não devem se tornar normais.

Especialistas orientam que, para ter melhor qualidade de vida, é importante encontrar um tempo para cuidar da saúde, tanto do corpo como do espírito. E um dos caminhos para isso seria a prática da meditação.

Ao contrário do que muita gente pensa, a posição da meditação não é difícil. Em primeiro lugar, deve-se estar sentado (no chão ou em um banco), com as pernas cruzadas e o corpo imóvel e ereto. Essa posição é chamada pelos budistas de “posição de lótus”.

“A coluna se endireita, a gente se sente melhor, respira melhor. Parece uma posição forçada, mas para quem medita sempre é bem confortável”, diz o lama Padma Samten (foto 2). Aqueles que têm dificuldades com a posição “lótus” podem usar um banquinho. “Na posição meio lótus, apenas uma das pernas fica cruzada”, explica.

O ambiente, segundo o lama, não precisa ser espaçoso, apenas o silêncio é fundamental. Já o tempo varia de pessoa para pessoa. “Uns dois minutos está bom, 15 minutos, 1h ou 2h é maravilhoso. Não é necessário um mestre, mas pode ser útil em caso de dúvidas. Com alguém para orientar, a meditação funciona melhor”, diz.

O lama Padma Samten afirma que a meditação traz inúmeros benefícios para o corpo e a mente. “É maravilhoso, espantoso. É uma prática complementar de saúde, pois nossas emoções causam doenças. Então a forma como a nossa mente se posiciona reflete no físico. E meditando, nós assumimos o controle da mente e do corpo”, explica.

Fonte

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Sabedoria é compaixão



Monja Coen Sensei explica que fazer o bem ao outro é fazer o bem a si mesmo.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

O Silêncio do Zazen



Caminho do Meio

"Tudo existe" é um dos extremos." Nada existe" é o outro extremo. Devemos sempre nos manter afastados desses dois extremos, e seguir o Caminho do Meio."

Vídeo e fotos: Jornalista Márcia Cândido

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Meditação muda estrutura do cérebro

Estudo de Harvard mostra, pela primeira vez, que a prática pode aumentar a concentração de massa cinzenta

Ressonância magnética exibiu variações em áreas ligadas a estresse, aprendizagem e à regulação de emoções

MARIANA VERSOLATO
DE SÃO PAULO


Paula Giolito/Folhapress
A gerente administrativa Bia Farah, 51, que pratica meditação há 10 anos
A gerente administrativa Bia Farah, 51, que pratica meditação há 10 anos

De olhos fechados, em silêncio e, de preferência, sentados, os praticantes da meditação de atenção plena devem se concentrar em apenas uma coisa: a respiração.

A técnica é antiga, da tradição budista, mas começou a ser mais difundida depois de ter sido usada em um curso não religioso de redução de estresse, criado em 1979 por Jon Kabat-Zinn, professor da Escola Médica da Universidade de Massachussets.

Os benefícios da técnica, conhecida também como "mindfulness", já foram relatados em vários estudos.

A lista vai da melhora de sintomas de esclerose múltipla (como diz estudo publicado na "Neurology") à prevenção de novos episódios de depressão (demonstrada em artigo na "Archives of General Psychiatry").

Mas, agora, um estudo mostra, pela primeira vez, os efeitos provocados por essa meditação no cérebro.

A pesquisa, publicada hoje na "Psychiatry Research: Neuroimaging", foi feita pela Harvard Medical School, nos EUA, em conjunto com um instituto de neuroimagem da Alemanha e a Universidade de Massachussets.

E o mais importante: as mudanças ocorreram em apenas oito semanas de meditação em praticantes adultos iniciantes.

As conclusões foram feitas após comparações entre as ressonâncias magnéticas dos que praticaram a meditação e de um grupo-controle que não fez as aulas.

Outros estudos já haviam sugerido que a meditação causa mudanças no cérebro. Mas eles não excluíam a possibilidade de haver diferenças preexistentes entre os grupos de meditadores experientes e não meditadores.

Ou seja, não era possível afirmar se os efeitos eram causados pela prática.

MENOS ESTRESSE

Todos os 16 participantes da pesquisa, com idades de 25 a 55 anos, deveriam obedecer a um critério: não ter feito nenhuma aula de meditação "mindfulness" nos últimos seis meses ou mais de dez aulas em toda a vida.

Eles frequentaram oito encontros semanais, com duração de duas horas e meia.

Também foram instruídos a fazer 45 minutos de exercícios diários e a praticar os ensinamentos da meditação em atividades do dia a dia, como andar, comer e tomar banho.

Para avaliar as mudanças, todos os participantes e o grupo-controle fizeram ressonâncias magnéticas antes e depois do período de aulas.

Os exames iniciais não indicaram diferenças entre grupos, mas as ressonâncias feitas após o curso mostraram um aumento na concentração de massa cinzenta no hipocampo esquerdo naqueles que haviam meditado.

Análises do cérebro todo revelaram mais quatro aumentos de massa cinzenta: no córtex cingulado posterior, na junção temporo-parietal e mais dois no cerebelo.

BENEFÍCIOS

Britta Hölzel, pesquisadora da Harvard Medical School e uma das autoras do estudo, disse à Folha que isso pode significar uma melhora em regiões envolvidas com aprendizagem, memória, emoções e estresse.

O aumento da massa cinzenta no hipocampo é benéfico porque ali há uma maior concentração de neurônios, afirma Sonia Brucki, do departamento científico de neurologia cognitiva e do envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia.

"Antes, acreditava-se que a pessoa só perdia neurônios durante a vida. Agora, vemos que podem brotar em qualquer fase da vida, e determinadas atividades fazem a estrutura do cérebro mudar."

Isso significa que o cérebro adulto também é plástico, capaz de ser moldado.

No ano passado, um estudo dos mesmos pesquisadores já mostrava redução da massa cinzenta na amígdala cerebral, uma região relacionada à ansiedade e ao estresse, em pessoas que fizeram meditação por oito semanas.

Mas qualquer um que começar a meditar amanhã terá esses mesmos efeitos benéficos em algumas semanas?

"Provavelmente sim", diz a neurologista Sonia Brucki.

Ela ressalta, no entanto, que a idade média dos participantes da pesquisa é baixa e, por isso, não dá para afirmar com certeza que isso acontecerá com pessoas de todas as idades.

Agora, a pesquisadora Britta Hölzel quer entender como essas mudanças no cérebro estão relacionadas diretamente à melhora da vidas das pessoas.

"Essa é uma área nova, e pouco se sabe sobre o cérebro e os mecanismos psicológicos relacionados a ele. Mas os resultados até agora são animadores."

Fonte: Folha online