sábado, 31 de maio de 2008

Entrevista com o mestre zen espanhol Dokushô Villalba


Entrevista concedida a TV espanhola em 15 de abril de 2008, a Francisco Dokusho Villalba, o primeiro mestre Zen espanhol (natural de Sevilha) reconhecido pela Escola Soto Zen do Japão. Antes de se tornar um monge zen budista era hippie, e conheceu o LSD e amor livre. Posteriormente assumiu compromisso social e enfrentou o tirano politicamente da esquerda mais revolucionária.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

O Caminho...


“Para trilhar o caminho ZEN, é preciso finalizar as coisas começadas.”

Tome uma atitude. Olhe ao seu redor... e veja todas as coisas que você começou e estão por terminar… ...e então termine!

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Será que estamos prontos pra viver?

Como é triste que a maioria de nós apenas comece a apreciar a vida quando estamos a ponto de morrer!

Penso sempre nas palavras do grande mestre Padmasambhava: "Os que crêem ter muito tempo, preparam-se somente na hora da morte. Aí são devastados pelo remorso. Mas já não será tarde demais?".

Não há comentário mais desalentador sobre o mundo moderno do que esse: a maioria das pessoas morre despreparada para morrer, como viveu despreparada para viver.

Sogyal Rinpoche, em "O Livro Tibetano do Viver e do Morrer"

terça-feira, 27 de maio de 2008

O sentido maior é o ser

Os sentidos ver, ouvir e sentir são valores menores.

O sentido maior é o ser.

O sentido é você.

Seja.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

O Zen no trabalho

UM DELICADO EQUILÍBRIO

Na meditação, como em todas as artes, deve haver um equilíbrio sutil entre relaxamento e estado de alerta. Uma vez um monge chamado Shrona estava estudando meditação com um dos discípulos mais próximos do Buda. Estava tendo dificuldade em encontrar a abordagem correta da mente. Tentou com esforço se concentrar e acabou tendo uma forte dor de cabeça. Então relaxou sua mente, mas a tal ponto que terminou dormindo. Finalmente apelou para o Buda, pedindo socorro. Sabendo que Shrona fora um músico famoso antes de se tornar monge, o Buda perguntou-lhe:

- “Você não era um tocador de vina quando leigo?”

Shrona concordou.

- “Como tirava o melhor som da sua vina? Era quando as cordas estavam tensas, ou quando elas estavam frouxas?”

- Nem uma coisa, nem outra. Quando tínhamos a tensão correta, nem esticadas nem frouxas.”

-“Bem, é exatamente a mesma coisa com a sua mente.”

Texto extraído de “O Livro Tibetano do Viver e do Morrer” de Sogyal Rimpoche

domingo, 25 de maio de 2008

Viva o presente

Por que se preocupar se a vida passa?

Ela anda no seu passo.

Pensamento Zen.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Os pensamentos

Os pensamentos devem ser iguais as nuvens.

Mutáveis, harmônicos, soberanos e leves.

O Zen na filosofia.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Só vivendo pra saber

Nós podemos saber intelectualmente as propriedades da eletricidade, mas nada como ser atingido por um fio vivo.

Realização no Zen é assim.

--Ruben L.F. Habito in Living Zen, Living God
from More Daily Wisdom, edited by Josh Bartok,
Wisdom Publications

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Praticando o silêncio

O silêncio aquece a imaginação.

A imaginação exercita os pensamentos.

Os pensamentos estimulam as vontades.

Pratique o silêncio.

Pensando Zen.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Sobre o tempo

O tempo.

Olhe para trás e nada mudará.

Olhe para frente e nada mudará.

Olhe para si.

Tudo mudará.

Filosofia Zen.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Breve reflexão sobre Veganismo e Budismo

Que o budismo é uma tradição religiosa que prima pela compaixão por todos os seres, não é novidade. É também bastante conhecida a existência de paralelos entre muitos de seus ensinamentos e conceitos científicos oriundos da Física Quântica e outras áreas do conhecimento ocidental, como o de physis e o de self . No que tange à problemática ambiental - campo de discussão que deve incluir nossa relação com os animais não-humanos - um aspecto muito interessante a destacar é que os paralelos entre tais preceitos religiosos e os conceitos apontados desvelam, entre outras questões, os limites de nossa percepção fragmentada sobre tudo e nos remetem a uma cosmovisão na qual todos os fenômenos são manifestações do que podemos chamar de "Ser" (o filósofo Martin Heidegger, por exemplo, diz que a physis é a revelação, a manifestação do Ser). Essa cosmovisão, chamada por alguns de holística, sistêmica ou, ainda, ecológica, nos leva a uma percepção do universo como um todo dinâmico cujas partes se encontram inextricavelmente inter-relacionadas e que inclui cada um de nós: plantas, rochas, animais humanos e não-humanos etc. As interconexões entre esses diferentes caminhos do conhecimento - religioso, filosófico e científico - mostram, portanto, um grau de consciência fascinante. E uma das conclusões inevitáveis disso tudo é que mesmo quando admitimos a existência de diferentes paradigmas-lentes através das quais vemos o mundo e lidamos com nosso entorno - cada paradigma é marcado por um conjunto de valores que se traduzem numa sucessão de pensamentos os quais, por sua vez, mantém nossa visão dicotômica e fragmentada sobre tudo. Esse véu de idéias (Ideenkleid, como diria o filósofo Herbert Marcuse) e pensamentos nos impediria de alcançar esse estágio mais elevado que, entre outras denominações, recebe esta: meditação. É interessante destacar que Aristóteles também afirmava que a mais elevada capacidade humana era a da contemplação (nous), cuja principal característica é que o seu conteúdo não pode ser reduzido a palavras (ou à razão). E palavra e pensamento são inseparáveis. Tudo isso adquire uma importância ainda maior para os que tecem suas trajetórias de vida e suas formas de sentir o entorno a partir de experiências no plano intelectual.

Baixe o artigo completo, aqui!

Publicado no Jornal: O TAO - Qualidade de Vida (Esporte & Saúde) – edição maio/2008.

Subindo a montanha

A montanha é intransponível apenas para quem não sabe aonde ir.

Procure imaginar o que há atrás dela.

Então, a montanha se tornará seu caminho.

Ditado Zen.

domingo, 18 de maio de 2008

Pra que tanta pré-ocupação?

Por que se preocupar com a eternidade se nem sabes o que fará no próximo final de semana?

Ditado Zen Budista.


sábado, 17 de maio de 2008

Entre o Samsara e o Nirvana

What's the Difference between Samsara and Nirvana?

The difference between samsara and nirvana is a state of mind.

--The Dalai Lama in The Compassionate Life
from More Daily Wisdom, edited by Josh Bartok,
Wisdom Publications

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Pensamento Zen

O tempo é uma sucessão de momentos...

O segredo do tempo é viver cada momento!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Esquecemos a natureza primeira da experiência

Quando temos uma experiência, por exemplo, de ver uma árvore, tudo quanto tem lugar no tempo é a percepção de algo. Não sabemos se esta percepção nos pertence, nem reconhecemos o objeto que é percebido como estando fora de nós mesmos. A cognição de um objeto externo pressupõe já a distinção de fora e dentro, sujeito e objeto, a percepção e o percebido. Quando tem lugar esta separação, e a reconhecemos como tal, e aderimos a ela, esquecemos a natureza primeira da experiência, e disto surge uma série interminável de envolvimentos, intelectuais e emocionais”.

D. T. Suzuki .

domingo, 11 de maio de 2008

H A I C A I - Um olhar zen

Verdes pinheiros.
Outono se manifesta,
gravado na mente.


Fábio Azevedo
(Hyaku Ryuu Kei)
百竜恵

sexta-feira, 9 de maio de 2008

H A I C A I

Olho para trás,
presente já é passado.
Folhas secas do zen.

Fábio Azevedo
(Hyaku Ryuu Kei)
百竜恵

quinta-feira, 8 de maio de 2008

"Debate Público sobre a Questão Tibetana"

A quem pertence um presente?


Perto de Tóquio vivia um grande samurai, já idoso, que agora se dedicava a ensinar o zen aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.

Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu por ali. Era famoso por utilizar a técnica da provocação: esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para reparar os erros cometidos, contra-atacava com velocidade fulminante. O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta. Conhecendo a reputação do samurai, estava ali para derrotá-lo, e aumentar sua fama. Todos os estudantes se manifestaram contra a idéia, mas o velho aceitou o desafio. Foram todos para a praça da cidade, e o jovem começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos, ofendendo inclusive seus ancestrais. Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível. No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.

Desapontados pelo fato de que o mestre aceitar tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram: 'Como o senhor pode suportar tanta indignidade? Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se covarde diante de todos nós?'

'Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente?' - perguntou o Samurai. 'A quem tentou entregá-lo' - respondeu um dos discípulos. 'O mesmo vale para a inveja, a raiva, e os insultos' - disse o mestre. 'Quando nãoo aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo. A sua paz interior, depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a calma, só se você permitir...'

Conto Zen.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

O Poder do Silêncio

[...] Aprende com o silêncio a aceitar alguns fatos que você provocou, a ser humilde deixando o orgulho gritar lá fora, evitar reclamações vazias e sem sentido...

Aprende com o silêncio a reparar nas coisas mais simples, valorizar o que é belo, ouvir o que faz algum sentido...

Aprende com o silêncio que a solidão não é o pior castigo, existem companhias bem piores...

Aprende com o silêncio que tudo tem um ciclo, como as marés que insistem em ir e voltar, os pássaros que migram e voltam ao mesmo lugar, como a Terra que faz a volta completa sobre o seu próprio eixo, complete a sua tarefa.

Aprende com o silêncio a respeitar a sua vida, valorizar o seu dia, enxergar em você as qualidades que você possui, equilibrar os defeitos que você tem e sabe que precisa corrigir e enxergar aqueles que você ainda não descobriu .

Aprende hoje com o silêncio, que gritar não traz respeito, que ouvir ainda é melhor que muito falar...

Extraído do slide de (J.Y.Leloup)

terça-feira, 6 de maio de 2008

Aceitando a vida...

Iluminando os rios do seu corpo, sentimentos, percepções, formações mentais e consciência, Sidarta [Buda] agora entendia que a impermanência e ausência de um eu são as próprias condições necessárias à vida. Sem a interdependência e ausência de um eu, nada poderia crescer ou se desenvolver.

Se um grão de arroz não tivesse a natureza da impermanência e da vacuidade em relação a um eu, ele não poderia transformar-se na muda de arroz. Se as nuvens não fossem desprovidas de um eu e impermanentes, não poderiam se transformar em chuva. Sem uma natureza impermanente e desprovida de um eu, uma criança jamais se transformaria em um adulto.

"Logo," -- ele pensou -- "aceitar a vida significa aceitar a impermanência e a ausência de um eu. A fonte do sofrimento é a falsa crença na permanência e na existência de eus separados. Vendo isso, entender-se-ia que não há nem nascimento nem morte, nem produção nem destruição, nem um nem muitos, nem interior nem exterior, nem grande nem pequeno, nem puro nem impuro.

Tais concepções são falsas distinções criadas pela falsa intelecção. Se alguém penetrar na natureza vacuosa de todas as coisas, transcenderá todos os obstáculos mentais e se liberará do ciclo de sofrimento."

Thich Nhat Hanh, em "Velho Caminho, Nuvens Brancas - Seguindo as pegadas do Buda"

Postado originalmente no blog Sansara.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

A realidade realmente existe?

Nem as cores existem na natureza nem nossa mente reflete fielmente os que nos rodeia. A realidade é proporcional ao número de seres humanos, posto que o que cada um percebe é filtrado e deformado pelos sentidos objetivos e a mente subjetiva.

O mundo visual que nos rodeia é uma ilusão? É verdade que as cores não existem na natureza? Nosso cérebro reflete fielmente a realidade exterior? As respostas a essas perguntas demonstram que a realidade é um conceito bastante subjetivo, já que muitas das coisas que observamos não existem ou, pelo menos, não são como as enxergamos.

O coquetel de estímulos provenientes do interior e do exterior de nosso corpo e que captamos por meio dos cinco sentidos varia sutilmente de uma pessoa para outra, já que a estrutura, as diferenças e as alterações dos órgãos sensoriais de cada um fazem com que, por exemplo, vejamos e escutemos de forma diferente, tanto que não exitem duas percepções iguais do real.

Se essa percepção objetiva, por sua vez, é alterada pela interpretação subjetiva do que somos, acontece e nos rodeia, com base em nossa bagagem de aprendizados e experiências, podemos concluir que a realidade é algo tão pessoal e único como as impressões digitais.

Segundo o neurocientista Francisco J. Rubia, autor do livro "¿Qué sabes de tu cerebro?" ("O que seu cérebro sabe"), "antigamente se achava que o cérebro refletia de forma fidedigna o mundo exterior, mas, a cada dia, parece mais evidente que o cérebro é um mundo fechado que traduz os estímulos externos para a linguagem disponibilizada pelas estruturas cerebrais, dando uma versão interna ou uma representação da realidade exterior".

O mundo visual é uma ilusão?

É o que parece. As imagens, que se formam nas duas retinas dos olhos, são distorcidas, pequenas e invertidas. Além disso, o poder de resolução do olho é limitado e disforme, já que, fora do ponto de maior acuidade, é baixo e a retina é praticamente cega para as cores.

O olho, além disso, se movimenta constantemente de um ponto para outro do campo visual, de três a quatro vezes por segundo, o que faz o órgão criar um montão de novas imagens.

Por outro lado, é conhecida a importância da atenção para a percepção de qualquer sensação: por exemplo, se não temos atenção, não vemos.

Além disso, o cérebro "completa" a percepção das coisas que não são vistas, como a visão de um cachorro inteiro atrás de uma cerca, embora só vejamos partes do animal.

Mas, talvez o mais importante, seja constatar que muitas das coisas que vemos são criações do cérebro. As chamadas "ilusões óticas" são inúmeras e dizem "a gritos que o cérebro vê o que quer ver, por isso somos incapazes de captar o que costumamos chamar de 'realidade'".

As cores não existem. A natureza não tem mais que diferentes comprimentos de onda. A audição, a visão, a percepção da cor ou do som... Tudo depende do nosso cérebro e da organização espacial das estruturas que processam esses estímulos.

Além disso, o processamento cerebral das características ou propriedades dos diferentes estímulos do ambiente, como a qualidade, a intensidade, sua estrutura temporária e local de procedência, podem variar, devido às estruturas e células nervosas que os recebem e transportam.

Na visão cromática, intervêm receptores que captam os diferentes comprimentos de onda do espectro electromagnético (azul-violeta, verde, e amarelo-vermelho) e células que produzem as sensação de contraste entre as cores.

No final de todo o processo, o cérebro atribui uma determinada cor à atividade dos receptores e de todas as células que há até a informação chegar a um região denominada córtex visual. Mas um comprimento de onda não se transforma no cérebro em uma determinada cor. Não há uma correlação clara entre as duas coisas.

Presos dentro de nós mesmos

Nosso cérebro, então, reflete a realidade exterior? Para Rubia, esta pergunta tem um categórico "NÃO" como resposta.

"Existe uma realidade exterior, mas tudo o que vemos, ouvimos, cheiramos, sentimos está dentro de nós mesmos. É o próprio cérebro que está sempre falando com a gente", destaca.

Segundo o cientista, "graças às transformações que os receptores dos estímulos externos realizam, graças à tradução dos estímulos físicos para a linguagem cerebral dos impulsos nervosos, fazemos com que surja essa realidade, esse mundo que não está fora, mas dentro do cérebro".

A tradução deve ser boa, porque, caso contrário, não teríamos nos adaptado tão satisfatoriamente ao nosso entorno. Porém, estamos presos dentro do nosso cérebro, e qualquer pensamento sobre a captação da realidade é pura ilusão, diz o especialista.

Omar Segura

Fonte: Yahoo notícias.