quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Natal sem sofrimento animal inútil


Milhões de animais já estão sendo preparados, confinados, aguardando o abate para os festejos de natal. 

Repense :(

terça-feira, 18 de setembro de 2012

MENDIGOS DE BUDA


Sem-teto por 4 dias

Sem dinheiro, alimentos ou objetos pessoais, zen-budistas e simpatizantes participam de retiro de rua em São Paulo, experiência que inclui dormir no chão, dividir refeições com desabrigados e aprender a pedir


ALESSANDRA KORMANN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Feriado de Sete de Setembro. Sol, céu azul, mais de 30°C. Dois milhões de carros deixam a capital. Um grupo de 23 pessoas, entre empresários, estudantes e profissionais liberais, começa outra viagem, bem diferente. O destino deles é o centro de São Paulo, em cujas ruas vão morar por quatro dias e três noites, dividindo o espaço com os sem-teto da região.
"Já viajei muito, já estive no Japão, na Índia, no Nepal, mas esse é o lugar mais longe para onde já fui", afirma a artista plástica Leonor Fridman, 49, horas antes de o retiro de rua começar.
Criado pelo mestre budista Bernie Glassman, fundador da ordem Zen Peacemakers (leia à pág.6), o evento acontece há 17 anos em cidades como Nova York, Boston, Denver, Paris e Zurique. No ano passado, foi realizado o primeiro da América Latina, em São Paulo, onde é organizado pela Comunidade Zen Budista do Brasil.
De acordo com o mestre Genro Gauntt, um dos coordenadores, o propósito é "despertar para a inteireza e a unidade da vida". Numa livre tentativa de tradução, a ideia é perceber que todos estão conectados, que um depende do outro no mundo.
"Não é um passeio. É uma experiência de estar na rua, olhando os invisíveis", diz a designer Adriana Muniz Retamal, 40, que saiu de Uberlândia para fazer o retiro. "Espero com isso ter uma compreensão maior da realidade. É mais seguro nos fecharmos em casa e no trabalho, sem contato com esse lado mais punk da vida."
A preparação começa meses antes, com a primeira lição prática de humildade: pedir doações para passagens e hospedagem dos mestres que coordenarão o retiro. Cada participante deve arrecadar R$ 400, que não podem vir de recursos pessoais. O que sobra vai para os sem-teto.
Não é permitido levar quase nada nesse exercício: só a roupa do corpo, em camadas que podem ser retiradas ou sobrepostas; remédios de uso contínuo, se for o caso; capa de chuva; uma garrafa de água, para reabastecer onde for possível; uma mochila; e o bilhete de metrô para a volta. Nada de celular ou escova de dente. Para se misturar mais facilmente aos sem-teto, os participantes são orientados a ficar dias sem lavar o cabelo e sem se barbear.

CASTANHAS E DAMASCOS
"Como sou vegetariana e faço uma dieta com micronutrientes, eu tinha colocado na mochila uvas-passas, castanhas-do-pará e damascos, com medo de ter hipoglicemia. Enquadrei esses alimentos na categoria de remédio (é permitido levar). Também tinha álcool em gel", conta Leonor. "Mas aí me dei conta de que eu iria ficar muito confortável, então tirei tudo."
O grupo não tem um roteiro predefinido, só algumas práticas diárias de meditação e rodas de conselho em que todos trocam experiências.
O lugar para dormir é a rua propriamente dita. Nada de albergues, para não tirar o lugar dos mendigos "reais".
A alimentação deve vir de doações (em dinheiro ou espécie) ou ser obtida nos projetos públicos e de organizações sociais e religiosas que atendem a população de rua.
A empresária Mônica Toledo Silva, que não revela a idade ("Ainda não me desapeguei do medo de envelhecer"), diz estar ansiosa.
"Parece que estou indo a um reality show, desses em que a pessoa fica um tempo no mato ou numa ilha comendo lesmas. Sendo sincera, o que me moveu não foi a espiritualidade, mas sim a curiosidade, a aventura de viver na rua. Tinha até um casamento para ir em Ibiza no feriado, mas nem pensei em desistir."
Durante o retiro, o marido de Mônica, o médico Jorge Ethel Filho, 64, andava pelas ruas do centro na esperança de encontrá-la -em vão. "Estou preocupado se eles vão achar banheiro, como vão se arranjar. Mas vai ser uma experiência e tanto para ela."

PLAYBOYS DE PAPELÃO
O grupo dormiu as três noites no centro antigo de São Paulo, ao relento, sobre papelão. Todos bem juntos, para fugir do frio.
Alguns sem-teto resistiram à nova companhia. "Nos chamaram de 'playboys de papelão'", disse a designer Adriana Muniz. Outro xingou: "Vocês são um bando de fracassados, mais fracassados do que nós", contou ela. Mas, segundo essa participante, surgiram também muitos solidários: "Foram luzes no nosso caminho. Um dos que nos chamou de 'playboys' acabou nos levando comida".
Na volta da experiência, vários participantes relataram que alguns moradores de rua cederam ao grupo zen a própria comida e os melhores lugares para dormir.
"Nunca me senti tão protegida, tão livre. A rua é abundante, nada faltou. Todos os meus medos ruíram. Comi muito bem, frutas, saladas. Nunca me imaginei comendo sob um viaduto; um dia provei ali o feijão mais delicioso da vida. Numa noite, um morador de rua nos trouxe salada fresquinha, paçoquinhas, sanduíches", conta Leonor.
"Senti muito forte a interdependência de todas as coisas. Tenho gratidão por ter tido o privilégio de estar ali e não em uma praia ou qualquer resort do mundo."
A empresária Mônica teve sensação parecida. "Quando eu estava lá, não era mais um reality show, não era mais uma aventura. Era estar igual a todo o resto, sem pena, sem culpa. Com a força da sangha [grupo], despertei uma parte de mim que não enxerga 'eu e os outros', mas sim o todo."
Para Duda Groisman, 42, que há três anos era vice-presidente de multinacional e largou tudo para tocar projetos sociais, o retiro serviu para confirmar o acerto da sua escolha: "Hoje ninguém compra o meu tempo por dinheiro nenhum. É preciso respeitar o tempo em que as coisas acontecem, e o presente é sempre o melhor lugar em que eu posso estar".
O músico Léo Rodrigues, 28, concorda. "Moradores de rua nos dão a presença: você fala, eles escutam com atenção, olham no olho. Na rua, é preciso pensar em uma coisa de cada vez, onde achar comida, papelão para dormir etc. É algo que a sociedade não costuma dar, estamos sempre fazendo várias coisas ao mesmo tempo. É muito libertador viver o presente."
A dificuldade para dormir que ele teve foi aprendizado, diz. "O chão é frio, duro. Não tinha nada para usar de travesseiro. Acordei torto. A noite ficou muito mais longa. Mas, por mais longa que fosse, uma hora amanhecia. Isso deu mais paz para esperar. Não importa o tamanho do desespero, uma hora acaba."


SERVIÇO


O próximo retiro de rua está previsto para 7/9/2013.

Informações: zendobrasil@gmail.com ou pelos http://zendobrasil.org.br e www.monjacoen.com.br.


Fonte!

terça-feira, 1 de maio de 2012

terça-feira, 20 de março de 2012

Momento a momento

A chave – da pratica budista – reside em aprender a repousar na pura consciência dos pensamentos, sentimentos e percepções à medida que ocorrem. Na tradição budista, essa consciência é conhecida como vigilância, que por sua vez, significa repousar na clareza natural da mente.

Não se concentre sobre qualquer objeto especifico, nem tente controlar seus pensamentos. Mantendo a postura e respiração corretas, sua mente se tranqüilizara naturalmente. Quando os vários pensamentos surgirem, não tente agarrá-los ou empurrá-los; deixe-os ir livremente. O mais importante é despertar do sonho e da fixação, da sonolência e do pensamento, retornando à postura correta, momento a momento.”

Shunryu Suzuki.

sábado, 17 de março de 2012

“Quanto mais você tenta conhecer os princípios do zen lendo livros, mas se distancia da natureza da iluminação. Entretanto, se tentar alcançar o conhecimento sentando-se, sem especulação, a iluminação começará a brilhar por si mesma, e você compreenderá o verdadeiro Eu Inteiro, o que estava procurando.”

Roshi Mumon Yamada

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Transmissão mente a mente, coração a coração


«Assim como com uma vela acesa se acende outra, o mestre transmite o genuíno espírito da arte de coração a coração, para que eles se iluminem. Então, se a graça lhe é reservada, o discípulo descobre em si mesmo que a obra interior que ele deve realizar é bem mais importante que as obras exteriores, por mais atraentes que sejam, e que ele deve persegui-la se quiser ser o artífice do seu destino de artista.»

Eugen Herrigel

domingo, 29 de janeiro de 2012

Meditação ou Medicamento: Quem irá vencer a insônia?


por Ruth Buczynski, PhD

Imagine um país onde não se depende mais de medicamentos para ajudar a controlar a depressão, dor crônica, ou insônia.

Ultimamente, tenho visto uma tendência em estudos que estão mostrando como a meditação é tão eficaz como medicamento, mas sem efeito colateral.

Este último estudo, conduzido por Cynthia Gross, PhD e seus colegas da Faculdade de Farmácia da Universidade de Minnesota, encontrou indícios de que a meditação pode ser tão poderosa quanto o medicamento Lunesta de prescrição para insônia.

Este estudo randomizado e controlado foi conduzido na Universidade de Minnesota, no centro de saúde onde 30 adultos com diagnóstico de insônia, foram divididos em dois grupos. 20 participantes foram iniciados no curso de formação em Meditação de Plena Atenção durante 8 semanas (meditação baseada na redução do stress), e 10 participantes foram colocados em um regime diário de 3mg de eszopiclone (Lunesta).

O pessoal do curso de Meditação de Plena Atenção tinha uma sessão de uma hora 2,5 por semana durante oito semanas, um retiro de dia inteiro, e foram fornecidos trabalhos de casa, organizados para ajudá-los a manter o foco em suas práticas de atenção plena.

A qualidade do sono dos participantes foi medida usando o Índice de Gravidade da Insônia, o Pittsburgh Sleep Quality Index, e diários de sono. Estes testes foram realizados antes e após as primeiras oito semanas e novamente três meses após o estudo.

Os resultados mostram que a atenção plena e a medicação antes de dormir tiveram resultados comparáveis em várias medidas - tempo total de sono, quanto tempo levou para que os participantes adormecessem, e eficiência do sono (porcentagem de tempo gasto adormecido em relação ao tempo total na cama).

De fato, após 8 semanas de treinamento, o grupo da Meditação de Plena Atenção adormeceu mais rapidamente do que o grupo de medicação, e isso ainda era comprovado no terceiro mês. Além do mais, alguma das melhorias na qualidade do sono continuou a aumentar com o tempo.

Quanto mais nós mostramos o valor da consciência plena, pessoas mais dispostas podem optar por esta alternativa da meditação, já que não tem um esmagador custo a saúde e os encargos dos medicamentos.

(Atenção: isto NÃO significa que as pessoas devem parar de tomar a medicação, já que o seu médico de confiança deve sempre ser consultado antes de alterar regimes de medicação).

Tradução livre do original aqui.



sábado, 14 de janeiro de 2012

O que acontece "Quando Tudo se Desfaz"?

Pema Chödrön

A diferença entre teísmo e não-teísmo não está em acreditar ou não em Deus. Essa é uma questão que se aplica a todos, incluindo budistas e não-budistas. O teísmo é uma arraigada convicção de que existe uma mão na qual segurar: se fizermos a coisa certa, alguém vai nos dar valor e cuidar de nós. Isso é o mesmo que achar que haverá sempre uma babá disponível quando precisarmos de uma. Todos nós temos a tendência a fugir das responsabilidades e delegar nossa autoridade a algo exterior a nós. Não-teísmo é relaxar na ambiguidade e incerteza do momento presente, sem buscar algo que nos proteja. Às vezes, achamos que o dharma é externo – algo em que acreditar, algo que devemos atingir. Entretanto o dharma não é uma crença ou dogma. É a total apreciação da impermanência e da mudança. Os ensinamentos desintegram-se quando tentamos agarrá-los. É preciso experimentá-los sem expectativas. Muitas pessoas corajosas e compassivas já o experimentaram e transmitiram. A mensagem é destemida – o dharma nunca representou uma crença que seguimos cegamente. Ele, em absoluto, não nos dá nada a que possamos nos apegar.








Trecho extraído do livro "Quando Tudo Se Desfaz" de Pema Chödrön.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Porque a molécula de emoção está ligada ao amor e à afeição


EMOÇÕES EM MOLÉCULAS

por Caco de Paula

Três pessoas ficam presas num elevador. Uma delas tem um chilique. A segunda está sob controle, mas sofre um ataque de ansiedade logo após ser resgatada. A terceira permanece calma durante todo o episódio. A diferença no comportamento delas é a avaliação interna que fazem desse evento estressante. Segundo estudos sobre a relação entre psicologia e biologia, como os feitos pelo Instituto de Medicina para o Corpo-Mente da Universidade Harvard, o problema aí não é o estresse, mas a resposta que se dá a ele.

A medicina “corpo-mente” ensina que a chave está na resposta de relaxamento. O estímulo de determinadas emoções pode inundar as células de hormônios e neurotransmissores que permitem relaxar diante de situações estressantes. Esse é um dos pilares da biopsicologia, que alia abordagens científicas, como a psiconeuroimunologia, a conceitos orientais, como a medicina ayurvédica. “Está tudo em nossas mentes”, diz a antropóloga, doutora em psicologia e monja Susan Andrews, autora de Stress a Seu Favor (Ágora). Desde 1992 ela vive na ecolvila Ecológico Visão Futuro, ecovila fundada por ela em Porangaba, São Paulo.

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sábado, 7 de janeiro de 2012

O Zen de Steve Jobs


Muitos não sabem mas Steve Jobs estudou o zen budismo durante alguns anos com o monge Kobun Chino Otogawa e utilizou como inspiração para o design e estética dos produtos Apple.

Motivado por essa informação o jornalista Caleb Melby em parceria com a Forbes e a produtora JESS3 criou uma história em quadrinhos de 80 páginas – a The Zen Of Steve Jobs em produção desde a primavera de 2011. Com a morte de Jobs o projeto tornou-se ainda mais significativo, sendo finalizado em Dezembro e já disponível em livrarias incluindo making off e capas alternativas.





O livro "The Zen of Steve Jobs" é centrado na remontagem da amizade entre Steve Jobs e Kobun Chino Otogawa, e cobre histórias que vão de 1970 a 2011, mas está focado no período em torno do ano de 1985, quando Steve estudou intensivamente com o monge Kobun após sua saída da Apple (antes de voltar, nos Anos 90). Jobs fez vários retiros e sentou diversas vezes em Zazen no San Francisco Zen Center de Tassajara (CA), e não era apenas um estudioso ou apreciador amador da escola budista. A mais recente biografia de Steve Jobs, de Walter Isaacson, também contém passagens importantes contando a influência e a vida de Steve Jobs com o Zen-Budismo.

No vídeo o autor e outros colaboradores da obra falam sobre o livro.

Legendas dharmalog.com