sábado, 19 de janeiro de 2008

A maioria dos homens não vive

[...] A maioria dos homens não vive. Movimenta-se apenas. Choca-se ao sabor dos acontecimentos. Nas “Reflexões de um espectador culpado” afirma:

“A sociedade massificada se compõe em realidade de indivíduos que, se entregues a si mesmos, sabem que são zero, e que ajuntados uns aos outros numa multidão de zeros, têm a impressão de adquirir realidade e poder.”

A triste realidade é que poucos sentem o Absoluto, Deus, ou o nome que queiram dar. A existência humana transformou-se numa simples rotina na qual os acontecimentos nos impelem a pensar e agir mecanicamente. O diálogo transformou-se em zumbido de máquinas cada qual girando no seu eixo – o “EU”, engrenado a outras máquinas visando o quê? Agitação. Futilidade. Mediocridade. Imbecilização em massa. Docilidade para que poucos tirem proveito de muitos. Thomas Merton era um crítico mordaz da Civilização de desperdício que cultuamos como um moderno Deus. Assim pensava sobre os padrões de vida norte-americanos:

“Desperdiçamos nossos recursos naturais, bem como os dos países subdesenvolvidos, ferro, óleo, etc., de maneira a encher as cidades e estradas com um tráfego congestionado que é, na realidade, em larga escala, inútil e um sintoma da agitação inoperante e fútil da nossa mente”.

Trecho extraído do livro ZEN e as Aves de Rapina de Thomas Merton.

2 comentários:

upa lelê kaponga disse...

Uma fantástica análise da civilização atual e os rumos que ela vem tomando:
http://www.zeitgeistmovie.com/

Marecia disse...

O lixo mental se materializando.