terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Mérito das ações

Esse diálogo é, provavelmente, o mais famoso da filosofia zen. Bodhidharma encontrou o imperador da dinastia Liang, um devoto budista renomado por sua piedade e caridade, bastante envolvido em patrocinar monastérios e orfanatos.

Wu disse: "Tenho patrocinado templos e autorizado ordenações -- qual é meu mérito?". A resposta de Bodhidharma foi radical: "Absolutamente nenhum mérito".

Wu vinha fazendo o bem para poder acumular mérito. Bodhidharma cortou as idéias de Wu sobre mérito com o coração de seu ensinamento, o de que a prática não é separada de você: quando sua mente é pura, você vive em um universo puro; quando você é capturado por idéias de ganho e perda, vive em um mundo de ilusões.

Jisho Cary Warner, em "Tricycle: The Buddhist Review, Vol. III".

2 comentários:

Anônimo disse...

Gosto muito dessa história.

Nos lembra que os atos puros são desinteressados.

Vivemos numa época em que tudo tem um preço. Até as relações humanas são, muitas vezes, mercantilizadas, com pessoas consumindo outras enquanto são belas, jovens, saudáveis, divertidas, mas as descartando assim que seu "valor" diminuem por ficarem tristes, velhas, doentes - quanto, ao invés de dar, elas passam a precisar.

Quando Bodhidharma diz que não há mérito em desejar acumular mérito, creio, ele nos ajuda a superar a mercantilização da vida.

P.

Anônimo disse...

Quando percebemos que temos o bem dentro de nossos pensamentos, fazemos o bem sem olhar a quem.
Essa é a grande diferença, para quem utiliza o bem para conseguir algo em troca.
Precisamos aprender perder mesmo que seja para algum benefício, sem que ganhemos.