quarta-feira, 1 de julho de 2009

O MONGE E O ESCORPIÃO


Amar seu ofensor é uma questão de natureza.

Ninguém pode dar aquilo que não possui.

Um monge e seus discípulos iam por uma estrada e, quando passavam por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas. O monge correu pela margem do rio, meteu-se na água e tomou o bichinho na mão. Quando o trazia para fora do rio o escorpião o picou. Devido à dor, o monge deixou-o cair novamente no rio. Foi então à margem, pegou um ramo de árvore, voltou outra vez a correr pela margem, entrou no rio, resgatou o escorpião e o salvou. Em seguida, juntou-se aos seus discípulos na estrada. Eles haviam assistido à cena e o receberam perplexos e penalizados.

— Mestre, o Senhor deve estar muito doente! Por que foi salvar esse bicho ruim e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele respondeu à sua ajuda: picou a mão que o salvava! Não merecia sua compaixão!

O monge ouviu tranqüilamente os comentários e respondeu: — Ele agiu conforme sua natureza e eu de acordo com a minha.

Este conto nos faz refletir a forma de melhor compreender e aceitar as pessoas com que nos relacionamos. Não podemos e nem temos o direito de mudar o outro, mas podemos melhorar nossas próprias reações e atitudes, sabendo que cada um dá o que tem e o que pode. Devemos fazer a nossa parte com muito amor e compaixão ao próximo. Cada qual conforme sua natureza, e não conforme a do outro.

Conto budista.

3 comentários:

Anônimo disse...

tudo ficará melhor, quando pararmos de querer melhorar o outro.

Marcia disse...

É verdade, o problema é que a natureza das pessoas está se modificando, à medida em que recebem sucessivamente doses excessivas de desamor e agressividade de seus semelhantes.
Marcia

silvia disse...

Compreender a natureza e entender as pessoas dentro dos seus limites...