“Não siga o passado, não se perca no futuro. O passado não existe mais, o futuro ainda não chegou. Observando profundamente a vida como ela é, aqui e agora, é que permanecemos equilibrados e livres. (Bhaddekaratta Sutta) "
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Quebrar o feitiço
Às vezes as pessoas pensam que reconhecer a verdade do sofrimento condiciona uma visão pessimista da vida, que de algum modo isso nega a vida. Na verdade, é bem o contrário.
Ao negar o que é verdade -- por exemplo, a verdade da impermanência -- vivemos em um mundo de ilusão, enfeitiçados. Então quando as circunstâncias mudam de modo que não gostamos, sentimos desapontamento, raiva ou amargura.
Buda expressou o poder liberador de ver a incerteza das condições: "Tudo que está sujeito ao surgimento está sujeito à extinção. Ao se desencantar, a pessoa se torna impassível. Através da impassibilidade, a mente é liberada".
É revelador que em inglês [NT: em português também] "desencantado", "desiludido" e "impassível" geralmente têm conotação negativa. Mas examinar mais de perto os significados revela sua ligação com a liberdade.
Se desencantar significa quebrar o feitiço do encantamento, acordar para uma realidade mais plena e maior. Se desiludir não é o mesmo que se desapontar ou se desencorajar. É uma religação com o que é verdade, livre da ilusão. E "impassível" não significa indiferença ou ausência de energia vital para viver. Em vez disso, trata-se de uma mente com maior abertura e equanimidade, livre do apego.
Joseph Goldstein
"One Dharma"
Tricycle's Daily Dharma
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