terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Meditação contra depressão



DIÁRIO DA SAÚDE 13/12/2010

Meditação é tão eficaz quanto antidepressivos contra recaída da depressão


Meditação versus antidepressivos

Cientistas do Centro de Dependência e Saúde Mental (CAMH), no Canadá, constataram que a terapia cognitiva baseada na meditação da mente alerta oferece o mesmo nível de proteção contra a recaída da depressão que a medicação antidepressiva tradicional.

O estudo, publicado na edição atual do Archives of General Psychiatry, comparou a eficácia da farmacoterapia com a meditação da mente alerta, estudando pessoas que foram inicialmente tratadas com antidepressivos e, em seguida, ou pararam de tomar a medicação a fim de praticar a meditação, ou continuaram a tomar medicação por 18 meses.

"Os dados disponíveis sugerem que muitos pacientes deprimidos param com a medicação antidepressiva muito cedo, seja por causa dos efeitos colaterais, seja por não quererem ficar tomando o medicamento durante anos," diz o Dr. Zindel Segal, coordenador do estudo.

Controle das emoções

A terapia cognitiva baseada na meditação é uma abordagem não-farmacológica que ensina habilidades no controle das emoções, de forma que os pacientes possam monitorar possíveis desencadeadores das recaídas, bem como adotar mudanças no estilo de vida que ajudem a manter um humor mais equilibrado.

Os participantes do estudo que foram diagnosticados com transtorno depressivo grave foram todos tratados com antidepressivos até a diminuição dos sintomas.

Eles foram então aleatoriamente designados para deixar a medicação e começar a aprender a técnica de meditação, deixar a medicação e receber um placebo, ou continuar com a medicação.

Essa proposta inovadora de pesquisa permite comparar a eficácia de prosseguir o tratamento farmacológico com um tratamento psicológico, em relação à manutenção do mesmo tratamento - antidepressivos - ao longo do tempo.

Os participantes escalados para a terapia com meditação participaram de 8 sessões semanais em grupo e se comprometiam a praticar diariamente em casa - uma espécie de dever de casa.

Foram realizadas avaliações clínicas a intervalos regulares em todos os participantes durante um período de 18 meses.

Recaída da depressão

As taxas de recaída para os pacientes no grupo da meditação foram as mesmas registradas entre os pacientes que continuaram recebendo antidepressivos - ambos na faixa de 30%.

Mas os pacientes que receberam placebo recaíram em uma taxa significativamente mais elevada - 70%.

"As implicações reais destes resultados é que eles confrontam diretamente a linha de frente dos tratamentos atuais da depressão. Para esse grupo considerável de pacientes que estão relutantes ou incapazes de tolerar o tratamento antidepressivo de manutenção, a meditação oferece o mesmo nível de proteção contra a recaída," disse o Dr. Segal.

Fonte

2 comentários:

rosana disse...

Atualmente existe um abuso no uso de medicamentos antidepressivos e outros medicamentos de uso psiquiátrico. Mas afirmar genericamente que a meditação é tão eficaz quanto o medicamento, penso ser temeroso, pois pode incentivar os pacientes psiquiátricos graves a uma interpretação errônea dos fatos.
Por isso deve-se ter o cuidado em não creditar tanto mérito em uma publicação, principalmente se esta não for uma publicação científica.
Todos nós que meditamos sentimos os benefícios na saúde física, mental, emocional e espiritual; mas creio que para entrar no embate ciência X meditação, há que se ter muito cuidado, para não enveredarmos por caminhos pouco conhecidos.

Grata,
Gasshô
Rosana.

J. Frederico Schmidt disse...

Meditação me ajuda muito, mas ainda não dispenso o medicamento quando tenho necessidade. Não uso regularmente. Geralmente recorro a antidepressivos nas minhas recaídas.

Creio que minha necessidade maior é aprender meditar e isto para mim é uma busca para vida toda.