segunda-feira, 11 de julho de 2011

There's no spoon ...e o seu mundo!



Não tente entortar a colher. Isso é impossível. Em vez disso, apenas tente compreender a verdade.

Substituindo no diálogo original, a palavra "colher" por "mundo" e "entortar" por "mudar":

Garoto: Não tente mudar o mundo. Isto é impossível. Ao invés disto tente perceber a verdade.
Neo: Que verdade?
Garoto: Não há mundo.
Neo: Não há mundo?
Garoto: Então você verá que não é o mundo que muda, e sim você mesmo.

Nenhuma religião, ou filosofia tem tantas semelhanças com o filme Matrix-I quanto o budismo. O principal ponto em comum é a idéia de samsara ou maya, segundo a qual as nossas vidas são uma grande ilusão montada pelo nossos próprios desejos. É como se todo o mundo fosse, como diz Morpheus, "uma projeção mental da sua personalidade". As pessoas estariam presas em um ciclo: elas tratam o que sentem como se fosse real e a ignorância de que aquilo é só uma ilusão as mantém presas a esse mundo. Nesta cena do filme, Neo encontra uma criança com trajes de monge budista que entorta uma colher com a mente. O segredo, diz ela, é saber que a colher não existe. Uma vez superada a ilusão, atinge-se o nirvana, um estado que as palavras não podem descrever, em que a noção de indivíduo se perde.

No budismo, aprendemos que Sidharta Gautama era um príncipe hinduísta que abandonou seu castelo, sua esposa e seu filho para descobrir a causa de tanto sofrimento. Após alguns anos de ascetismo, meditou durante 7 dias embaixo de uma figueira tornando-se Buda (do sânscrito desperto, acordado) e descobriu que a razão do sofrimento seria, resumidamente, o apego e o desejo. A solução budista está em cada pessoa descobrir a sua própria "não-existência".

Segundo o budismo, o homem simplesmente deve entender que não existe o "eu". As últimas palavras de Buda, aos oitenta anos e antes de morrer de desinteria, foram: "tudo é impermanente".

7 comentários:

Esteja Aqui e Agora... disse...

Esse conceito não é novo. Há 1.300 anos, no Templo Fa Shin, dois monges discutiam:

- A bandeira está se movendo!
- Não, é o vento que está se movendo!
Como eles não conseguiam chegar a um acordo, Hui-Neng - o sexto patriarca na China [638-713] - apareceu e disse aos dois:
- É a mente de vocês que está se movendo!

O mundo não nos faz. Nós é que o fazemos.

Sandra disse...

Maravilhoso esse texto .O que vc escreve no blog é muito produtivo e capaz de nos fazer refletir para que haja uma transformação positiva interior.obrigada e um abraço.

carol disse...

gratidão pelas lamparinas no caminho!

rosana disse...

Podemos assistir novamente num próximo Zazenkai.

Grata
Gasshô
Rosana.

Luciana Cavalcante disse...

Muito bom! Grata por compartilhar. Bom saber que existem blogs como o seu.

ana _lucia disse...

obrigada por nos ajudar a relembrar. necessitamos de frequente "treinamento' para sonseguirmos nos desfazer das ilusões
abs
ana

Amanda Menezes disse...

Maravilhoso o seu blog. Coloquei na minha barra de favoritos e quero visita-lo sempre, porque me fará um bem incalculável. Eu não sei o que é verdade, eu vou atrás daquilo que o meu coração pede e me faz bem, fiquei muito surpresa com a postagem. Quero assistir esse filme novamente!
um abraço.