quarta-feira, 26 de outubro de 2011

CONFLITOS SEM RAIVA


Pode parecer que obtemos mais energia da raiva do que da paciência. De fato, podemos nos viciar nessa energia, mas ela não dura. Se deixar levar pela energia da raiva é como tomar um drink para se acalmar; como você não chega realmente à origem da ansiedade, acaba bebendo mais um copo, e mais cedo ou mais tarde, fica viciada.
Para lidar com os conflitos sem raiva e com tato, é preciso saber como se valer das reservas mais profundas de compaixão. Conseguiremos proteger melhor os outros quando formos pacientes e amorosos. A paz interior se expressa externamente e afeta a todos ao nosso redor.

Se estivermos tomados pela fúria, não poderemos ajudar. A energia da raiva permeia tudo, como um cheiro pútrido. Sua influência vai além da vítima, da testemunha e do agressor. A raiva nos deixa rígidos, apegados demais ao nosso ponto de vista e nos faz perder as qualidades de pacificadores. A nossa paz interior cede à tensão da raiva, as pessoas que trabalham conosco sentem isso e seremos menos eficazes.
É necessário oferecer a todos os envolvidos o benefício de uma compreensão mais profunda, um modelo de amor e compaixão. Assim, conquistaremos a confiança das pessoas; seremos mais influentes e capazes de protegê-las.

Chagdud Tulku Rinpoche (Tibete, 1930 – Brasil, 2002):
“Para abrir o coração”, I | 4

Um comentário:

susana uribarri disse...

muito bom, gostei de entender que a energia da raiva vicia... E como qualquer substancia intoxicante produz a alucinação de estarmos fortes e poderosos. Da mesma forma quando o efeito da embriaguez cede, vemos o desastre que aconteceu.