segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

O espelho tudo revela

“O espelho é totalmente despersonalizado e de razão. Se surge diante dele uma flor, ele a reflete, se é um pássaro, ele também o reflete. O belo diante dele é belo, o feio nos aparece como feio. Tudo ele revela como de fato o é. Não possui poder de discriminação, nem consciência própria. Se alguma coisa se aproxima, ele a reflete; quando se afasta, ele se limita a deixar que o objeto se afaste... sem que fique um só vestígio. Essa total indiferença, essa ausência mental, ou a livre existência do espelho, pode ser aqui comparada à pura e lúcida sabedoria de Buda”.

O Problema é que, enquanto se tem o hábito de distinguir, julgar, categorizar e classificar – está-se sobrepondo algo à pureza do espelho. Estamos filtrando a luz através de um sistema como se estivéssemos convencidos de que isso tornaria mais clara a luz.

Extraído do livro “Zen e as Aves de Rapina” de Thomas Merton.

Nenhum comentário: