sexta-feira, 26 de setembro de 2008

"Mestre, você está aí?"


Um monge chamado Zuigan, costumava iniciar cada dia dizendo a si mesmo, em voz alta: "Mestre, você está aí?". E ele mesmo respondia: "Sim, senhor, estou". Em seguida, dizia : "Fique alerta agora; não deixe que eles o enganem'. E ele mesmo respondia : "Oh, não, senhor, não deixarei, não deixarei".

____A linguagem do Zen apresenta múltiplas facetas: é contraditória, poética, ilógica, áspera, contemplativa, ativa... O Zen nada explica; ao contrário, busca o "nada", o satori. O satori não se identifica com a "iluminação" dos santos. Ele não é uma iluminação: é um relâmpago, um "insight". Vem do cosmo, de Buda. Vem de forma inconsciente e natural: "Agora eu conheço esse tesouro de verdadeira liberdade, inesgotável, não apenas para mim mas também para os outros: A Lua brilha sobre a água do regato, o vento sopra nos pinheiros: fresca e pura sombra de uma longa noite. Qual será a causa disto?" (Yoka Daishi). ____

No Zen, a comunicação mestre-discípulo não é feita através das palavras, mas transmitida pelo "silêncio trovejante". O Zen não acredita em palavras. Seus princípios básicos refletem-se na cerimônia do chá, na arte do arco, no manejo da espada, na jardinagem e na pintura. Mas sua essência está no Zazen, a meditação que se pratica sentado.

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