segunda-feira, 23 de junho de 2008

Porque tememos tanto a morte?

Por que é tão difícil praticar a morte e praticar a liberdade? E por que temos tanto medo da morte que evitamos por completo olhar para ela? De algum modo, no fundo, sabemos que é impossível evitar encará-la para sempre. Sabemos que, nas palavras de Milarepa, "essa coisa chamada 'cadáver', que tanto nos apavora, vive conosco aqui e agora". Quanto mais adiamos esse encontro, quanto mais o ignoramos, maior é o medo e a insegurança que surgem para nos perseguir... Quanto mais tentamos fugir do medo, mais monstruoso ele se torna.

A morte é um vasto mistério, mas há duas coisas que é possível dizer a seu respeito: é absolutamente certo que morrermos um dia e é absolutamente incerto quando e onde essa hora vai chegar. Então, a única certeza que temos é essa incerteza sobre o instante da nossa morte, a que agarramos para adiar encará-la diretamente. Somos como crianças que fecham os olhos no jogo de esconde-esconde e pensam que assim ninguém pode vê-las.

(Sogyal Rinpoche autor do livro tibetano do viver e do morrer)

O nascimento de um homem é o nascimento de sua dor. Quanto mais ele vive, mais estúpido se torna, porque sua ansiedade para evitar a morte inevitável torna-se mais e mais aguda. Que amargura! Ele vive por aquilo que está sempre fora do seu alcance! Sua sede de sobreviver no futuro faz com seja incapaz de viver no presente. (Chuang-Tsu)

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