domingo, 8 de março de 2009

Estamos Aqui, no Pálido Ponto Azul



É simplesmente impactante assistir ao vídeo narrado pelo astrofísico Carl Sagan de nome: “O PÁLIDO PONTO AZUL”, confesso que senti o quão insignificantes somos diante da vastidão do universo.
É bem provável que nós somos uma singularidade única vagando na solidão do cosmo, e que pretensamente nos consideramos auto-suficientes e “indestrutíveis”.
Fico imaginando se todas as religiões fizessem veicular em seus templos esse vídeo com a fotografia tirada pela Voyager I.
Por certo, fariam com que os seus adeptos realizassem uma íntima introspecção, quedando-se humildemente ante a sua própria completude existencial, por vezes orgulhosa demais.
E assim, veriam o quanto somos insignificantes, desfilando numa poeira estelar suspensa por um raio de sol, perdidos na imensidão escura da catedral cósmica.
Pois na imensidão cósmica, o ser humano não tem grande significado.
Assistir a esse vídeo e ouvir o que Carl Sagan diz, por certo que, os que assim fizessem, teriam mais proveitos do que assistindo a milhões de missas, rezas, preces, vãs promessas e cultos, pois nesse momento o ser humano se defrontaria com o absurdo do nada (da vacuidade) que ele mesmo é.
O astrofísico narra e mostra com toda a frieza científica o que na verdade nós somos, isto é, apenas poeira estelar perdida na escuridão do espaço, e isso é somente uma diminuta visão de 6,4 bilhões de quilômetros das proximidades de Netuno do nosso sistema solar.
Neste grãozinho de rocha e metal, rodeado por oceanos, vivemos orgulhosos, egoístas, vaidosos, insensíveis e não nos acordamos para a nossa insignificância.
A visão que nos foi oferecida lá dos confins do sistema solar pela nave Voyager I, uma epopéia que será lembrada pelas civilizações futuras, deu-nos a inédita e única oportunidade de compreendermos com muita humildade, se é que essa virtude ainda existe nos seres humanos, qual será mesmo o nosso destino como viajantes solitários do cosmo circundante.
Daquelas alturas do cosmo, nada significa as tão prezadas e disputadas fronteiras geográficas, pouco valor tem as querelas religiosas, insignificantes são os sistemas políticos tão questionados, as guerras, as doenças, a fome, o orgulho, a vaidade e o egoísmo humano, ainda são sinais da nossa pouca evolução.
De onde viemos e quem somos nós, e qual será o nosso destino? Qual o sentido da vida? Uma pergunta rápida que sugere uma breve resposta: Somos poeira estelar e poeira nós voltaremos a ser. (Tu és pó e ao pó voltarás!)

(A algum tempos atrás, havia publicado aqui no blog uma outra versão deste vídeo, para quem não assistiu, vale conferir.)

4 comentários:

Cristina e Márcia disse...

Na realidade, o que são as pessoas neste universo infinito? Arrogância, vaidade, ambição e partículas de pó estelar. Perfeita sua colocação.
Márcia

Ribamar Lopes disse...

Sem dúvida uma reflexão estonteante. A vontade que temos é que todo o mundo pudesse parar e pensar sobre isso e rever o significado das nossas vidas.

Anônimo disse...

Excelente o texto!
Somos um nada comparado a imensidão do universo!

Jaqueline Salles disse...

Gostemos ou não?
Como não gostar do único lugar que temos?