sábado, 26 de julho de 2008

O Caminho Zen

“A busca pelo verdadeiro caminho do ensinamento zen é para aqueles que conseguirem trilhar o caminho do desapego...” (mestre Dogen)

Ou seja, para viver trilhando o caminho zen, precisamos de desprendimento da ambição e da ganância de apenas obter status social e financeiro, praticando a humildade e a compaixão, não se deixando regrar por uma vida baseada simplesmente em ganhos e perdas. Ao conseguir desprender-se do apego material, a vida segue rumo num caminho harmônico e equilibrado... o caminho zen.

Dentro do universo zen, aprendemos a deixar de lado a superficialidade das aparências... indiferentemente do fato de alguém observar ou não nossas ações, independente se seremos elogiados ou não, sem esperar por algum benefício em troca de nossas ações... simplesmente fazemos o que há a ser feito.

Num templo, o mestre desperta, e seu discípulo traz-lhe um bacia com água fresca. Ao lavar seu rosto, o discípulo já o aguarda com uma toalha... não houve ordem ou pedido, assim como não houve palavras... apenas o encontro de sentimentos. O discípulo desprendeu-se do “eu” egocêntrico e apenas colocou-se no lugar de uma outra pessoa (que, por acaso, era seu mestre...). O mestre, por sua vez, humildemente aceitou a gentileza de seu discípulo. O mesmo acontece num ambiente familiar... Acordamos, e a mãe já colocou o café-da-manhã na mesa... abrimos o armário, e a roupa está lavada e passada... a mãe, ou quem o fez, simplesmente o fez. São ações tão cotidianas, mas que muitas vezes nem nos damos conta de quanto estas pequenas coisas são parte essencial de nossa vida. Quando nos damos a chance de perceber, então é o momento em que as emoções se encontram... a sensibilidade apura a percepção, daí surge o sentimento de gratidão e o verdadeiro entendimento.

Saber dar o devido reconhecimento pelas ações alheias, poder alegrar-se do fundo do coração com o sucesso alheio, sem se deixar tomar pela inveja... é praticar a compaixão e inspirar um aprendizado de valor imensurável. Não deixemos que sentimentos mesquinhos nos impeçam de perceber a preciosidade de pequenas ações e o valor que elas têm em nossas vidas e nas daqueles que estão ao nosso redor.

Texto: Koichi Miyoshi, tradução de Cristina Izumi Sagara.

Um comentário:

Kobun disse...

Obrigada! Gasshô.
Kobun.