sexta-feira, 4 de abril de 2008

Os últimos riquixás









Para modernizar sua imagem, Kolkata, a antiga Calcutá, está banindo um importante símbolo do passado colonial da Índia.

É simples a estratégia de quem guia na cidade indiana de Kolkata, seja em carro particular, seja em táxi, ônibus ou nas motonetas e bicicletas que rebocam charretes de aluguel: basta seguir em frente tascando a mão na buzina. Não há placas de "pare" dignas de nota. Para um visitante, as placas que dizem, em letras garrafais, OBEDEÇA ÀS LEIS DO TRÂNSITO têm certo ar de humor negro.

Durante uma recente estada em Kolkata, o método que eu vislumbrei para atravessar as vias de trânsito intenso consistia em aguardar até conseguir me juntar a um grupo de pedestres grande o suficiente para desencorajar um atropelamento por parte de algum táxi. Nas ruelas laterais conhecidas como travessas, uma buzinação estridente é sinal de que um táxi ou mesmo uma caminhonete está em vias de dobrar a esquina e vir desabalado por um espaço inadequado a qualquer coisa mais larga que uma bicicleta.

Algumas vezes, em meio ao buzinaço, eu ouvia um sininho atrás de mim. Um ocidental acostumado a assistir a uma enxurrada de comerciais natalinos talvez voltasse a cabeça esperando topar com um par de renas puxando trenó. Mas o que se via, de fato, era um riquixá. Em vez de ser levado por um cavalo, era um homem que o fazia em geral, raquítico, encardido e descalço, parecendo pouco apto à tarefa. Enganchado em seu dedo, um sino soava continuamente, com toda certeza o som mais benigno a emanar de qualquer veículo em Kolkata.

Entre as grandes cidades do mundo, Kolkata, capital de Bengala Ocidental e lar de cerca de 15 milhões de habitantes, é mencionada como a única que ainda dispõe de grande frota de riquixás de tração humana.

Leia mais aqui: NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL.

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